Ah, se eu não estivesse de férias…
Torero
Se eu não estivesse de férias, hoje escreveria um texto sobre a eliminação do Corinthians na pré-Libertadores.
Começaria dizendo que a culpa é de todo mundo: jogadores, técnico, preparador físico, torcedores, dirigentes e São Jorge.
Sim, São Jorge, o santo guerreiro, também é culpado. Ele não fez sua parte.
Antigamente ele insuflava os jogadores a se doarem por completo, a saírem encharcados de campo, a jogarem com uma raça de beduíno ensandecido, de apache de filme de bang-bang.
Em que outro clube Biro-Biro seria ídolo? Que outro clube ganharia um Brasileiro como o de 90, quando venceu duas vezes o São Paulo de Raí e Telê Santana com operários como Giba, Guinei, Jacenir, Márcio, Wilson Mano e Tupãzinho?
O Corinthians era o time que sempre acreditava podia vencer. Ontem foi o time que não acreditava que poderia perder.
Aliás, ontem, não. Quando o Corinthians empatou com o Goiás na última rodada do Brasileiro e soube que teria que participar do vestibular para a Libertadores, lembro que, ainda em campo, Ronaldo disse: “Isso não é problema para a gente.”
Não foi só ele quem se enganou.
A comissão técnica deveria ter começado os treinos antes e a diretoria deveria ter reforçado a equipe. A melhor contratação, Liédson, só chega depois da eliminação. Um fiasco.
E nem vou falar na escalação inexplicável de Tite, com três armadores no banco e três volantes em campo.
O Corinthians vem sofrendo um processo de daslunização, e isso é perigoso.
O Corinthians não pode ir contra a sua história.
O Corinthians é o time do suor, não do perfume.
Bem, isso é o que eu escreveria se eu não estivesse de férias. Como estou, não escrevo nada.