Uma vírgula, uma reles vírgula
Torero
Bom dia leitores.
Aviso desde já que hoje não falarei de futebol.
Sobre o quê, então?
Sobre gramática.
Daqui de casa deu para escutar milhares de mouses clicando em outros blogueiros. Tudo bem, sei que meus três fiéis leitores ficarão até o fim deste texto, que é também um desabafo.
Isso mesmo, um desabafo. Um desabafo gramático.
É que há um erro que não consigo mais suportar em emails. Um erro comum. Um erro que cometi lá na primeira linha.
Qual?
Ora, não coloquei a vírgula antes da palavra “leitores”, que é um vocativo. E esse é um erro feio, muito feio. E tão feio quanto comum. Hoje, quase ninguém coloca vírgula antes ou depois de um vocativo. A coisa mais comum é eu receber emails começados com “Oi Torero”.
Oi, uma vírgula!
O pior é que esse erro acontece na primeira linha de quase todas as mensagens. Ou seja, logo de cara você percebe que a pessoa não domina uma regra básica de português e assim já começa a ler o email com certa desconfiança.
A função do vocativo é impedir confusões. Por exemplo, se alguém escrever “Torero, sabe português?”, estará perguntando para mim, pois lá está o vocativo para mostrar que você está chamando, invocando o ouvinte. Mas se escrever “Torero sabe português?” estará perguntando a um terceiro se eu domino a língua mãe. Não domino muito bem, como bem sabem os leitores deste blog, sempre atentos aos meus erros, mas pelo menos ponho a vírgula do vocativo.
O erro é tão comum que até o astronauta norte-americano Doug Wheelock o cometeu esta semana. Ou seja, é um erro mundial. Ou pior, universal.
Eu sei que várias pessoas ficarão irritadas com este texto e vão me mandar comentários dizendo “Torero não encha o saco.”
Tudo bem, mande o comentário, mas, por favor, ponha a vírgula antes de “não encha o saco”.