Blog do Torero

Categoria : Futebol

1.117
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Torero

Esta manhã, ao entrar aqui no blog, percebi que havia 1.117 comentários pendentes.

Ou seja, 1.117 spams. Ou 1.115 e dois comentários verdadeiros, que eu teria que pescar no meio do lixo. Mas não farei isso. Só em pensar em ler centenas de comerciais em inglês, russo, chinês e português para encontrar um comentário verdadeiro, fico com uma preguiça gigantesca. 

Por conta desta minha preguiça (e da cobiça do pessoal que envia publicidade pela internet), informo-vos  que vou desistir deste blog como meio de comunicação com os leitores.

Mas ainda nos encontraremos por aí, pelos jornais, revistas, livros e pela própria internet.

um abraço a todos, Torero.


Um link interessante
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Torero

A internet é uma grande invenção, capaz de mudar o mundo, ou pode ser apenas um jeito de fazer tudo continuar como está, um jeito de transmitir estupidezas e fazer mais comerciais. Eu, por exemplo, recebi aqui no blog 34 comentários-spams, ou seja, comentários (geralmente em inglês e russo) que são apenas comerciais de viagar, sites de pôquer e pornografia.

Mas chega de reclamação. Clique no link abaixo que é bem interessante.

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/eli_pariser_beware_online_filter_bubbles.html?refid=0


A última toreroteca
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Torero

Eis que ela está de volta para se despedir. Esta será a última, a derradeira, a toreroteca final.

E ela terá um tema nobre: vocês terão que adivinhar quem e quando será feito o último gol santista na final da Libertadores.

O prêmio é este aqui:

Meu palpite: Neymar aos 32′ do segundo tempo.

Aposte aí.


Copas em quadros
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Torero

Um amigo mandou-me estes belos quadros informativos sobre as Copas. Repasso-os aos três leitores deste blog.

Aqui faltou o Brasil de 1950.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Copa de 50 no Brasil ainda tem a segunda melhor média de público. Provavelmente a média de 2014 será menor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Meu cartaz favorito é o de 1994.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com a evolução das defesas (ou seja, retrancas), dificilmente teremos um jogo que entrará neste clube.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pobre Oceania…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Você sabe que está velho quando pensa: “Puxa, eu tive uma Telstar falsificada!”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ronaldo não merecia ser titular na Copa da Alemanha. Nem Adriano. Fred e Robinho estavam melhores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assinantes do UOL ou da Folha podem ler uma entrevista de Preguinho (através de Zé Cabala) no jornal do dia 31 de janeiro de 2003.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quanto tempo levará para que Milan e Real Madrid ultrapassem o Botafogo?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para 2014 voto no Saci. Mas duvido que o mascote não seja um projeto caríssimo de alguma empresa amiga.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Qual a arma mais terrível?
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Torero

Escolha qual das cinco armas abaixo é a mais terrível:

 

( ) O bom e velho batirangue.

 

 

 

 

 

 

 

( ) A mortal espada de Conan.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

( ) Mjolnir, o martelo do poderoso Thor.

 

 

 

 

 

 

 

 

( ) A terrível bolinha de papel que levou Serra ao hospital.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

( ) O pirocóptero que derrubou Muricy Ramalho.


A velha e virgem Vila
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Torero

“Sou alvinegro da Vila Belmiro, o Santos, o Santos vive no meu coração…”.

A Vila é tão importante para o Santos que está no primeiro verso de seu hino. Apesar disso, não lembro de uma decisão estadual acontecida por lá. O clube sempre conquistou seus títulos no Pacaembu ou no Morumbi. Ou seja, a grama da Vila Belmiro ainda não foi regada pelas salgadas lágrimas de uma final paulista.

Obviamente houve partidas importantes, como em 2006, contra a Portuguesa, na última rodada de um campeonato por pontos corridos. Mas a Lusa nem era a segunda colocada. Foi uma partida decisiva, não uma decisão.

A verdade é que a Vila perderá a virgindade hoje, com vetustos 94 anos. Mas tudo bem. Nunca é tarde para um grande prazer.

Batismo

A história do estádio mais antigo do país começa em 1916, quando os dirigentes decidiram comprar um terreno. Ficaram em dúvida entre duas áreas: aquela onde hoje fica a Beneficência Portuguesa, e outro, na Vila Belmiro. Apesar de um pouco mais cara, preferiu-se a segunda por estar livre de demandas.

Um registro da época enumera as suas qualidades: “Não possui condôminos, é alto (72 centímetros acima do nível da rua), tem luz elétrica, esgotos e bonde na porta.”

A área custou Cr$ 66.600,00. Só para se ter uma idéia, dez centavos era o preço de uma passagem de bonde. Logo começam as obras: o nivelamento do campo e uma arquibancada de madeira. Urbano Caldeira e outros torcedores plantaram grama nas noites enluaradas para que ela pudesse crescer a tempo de se realizar ali uma partida do campeonato paulista.

Deu certo.

No dia 22 de outubro acontecia o jogo de estreia contra o poderoso Ypiranga de Formiga, Fred e Dionísio.

Havia apenas modestas arquibancadas de madeira e uma cerca em volta do gramado. Mesmo assim o público pagante foi de duas mil pessoas. Quem apitou o jogo foi um árbitro que tinha nome de filósofo grego: Demóstenes de Silos.

O santista Adolfo Millon Jr., que gostava de jogar descalço, fez o primeiro gol da história do estádio. Porém, o Ypiranga empatou logo depois com um gol de Formiga. Mostrando que aquele gramado seria um alçapão do qual poucos escapariam, Jarbas fez o segundo gol alvinegro e o campo estreava com vitória.

Carteira de identidade

A Vila mais famosa do mundo tem nome e apelido.

O nome é Urbano Caldeira, que foi zagueiro (só marcou dois gols pela equipe), técnico (o primeiro) e dirigente do Santos.

Já o apelido é Vila Belmiro, como o bairro, que é assim chamado por conta de Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, que loteou a antiga Vila Operária.

De alguns ângulos, o bairro mais parece um cenário, como se voltássemos à década de trinta. Tanto que serviu de locação para a primeira versão da novela Éramos Seis (TV Tupi, 1977).

Quem anda por aquelas ruelas também pode lembrar da letra de “Gente Humilde”, de Chico Buarque e Vinicius de Moraes: “São casas simples com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima que é um lar, pela varanda flores tristes e baldias,como a alegria que não tem onde encostar…”.

Mas não é um lugar tão humilde. Há simpáticos e espaçosos sobrados, bangalôs com quintais, prédios baixos e pequenas casas de comércio, como a barbearia do Didi, que de vez em quando ainda corta o cabelo de Pelé.

Eu, confesso, tenho um pouco de inveja de quem mora por ali. Deve ser ótimo ficar na janela depois do jogo, olhando as pessoas se espalharem contentes pelas ruas, cantando músicas e contando vantagens.

Costumo parar num bar que há ali perto para ver os melhores momentos do jogo. Há vendedores de churrasco que levam aparelhos de tevê justamente para atrair compradores na saída. As barracas, aliás, são várias e boas. Pode-se comer boas linguiças e pernis.

Alguns moradores fazem a comida em sua própria casa e servem os fregueses no portão. Outros preferem transformar as garagens em miniestacionamentos. É normal vê-los à porta das casas, convidando carros e motos para suas vagas, e muitos têm fregueses de vários anos.

Certidão de casamento

Quem vive ao redor da Vila não consegue ficar indiferente ao clube. Morar por ali é a certeza de se tornar santista. Dona Iolanda, por exemplo, que mora na rua Princesa Isabel e tem quase 90 anos, sabe a escalação do time de cor. Pode-se vê-la pela através da porta de vidro da varanda assistindo aos jogos e reclamando dos jogadores. Ela jamais foi ao estádio ver um jogo ao vivo. Não sabe o que está perdendo.

A Vila é o melhor estádio em que já vi um jogo de futebol. Ao mesmo tempo em que oferece total visão do campo, como no Pacaembu, fica-se muito perto dos atletas, como na Rua Javari. Escuta-se tudo o que os jogadores falam e, para azar deles, o contrário também acontece. Se você caprichar no xingamento, certamente vão escutá-lo. Podem perguntar a Wanderley Luxemburgo.

Esse ar de intimidade, de coisa simples, é o charme da Vila Belmiro. Ao mesmo tempo em que oferece certo conforto moderno, por conta da reforma iniciada na gestão passada, possui um raro ar de nostalgia.

Por conta desse estádio curioso, aconchegante e cercado de casas, o Santos não é apenas o único campeão mundial vindo de uma cidade com menos de quinhentos mil habitantes. É também o maior time de bairro do mundo, o time da Vila Belmiro.

 

PS: As ilustrações de hoje são um quadro e parte do mural feitos por Paulo Constantino.


A cultura e a casca de banana
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Torero

Hoje, na TV Cultura, à meia-noite, passa o programa com o nome acima, dirigido por Toni Venturi, com roteiro deste que vos escreve e de Gabriella Mancini.  

É uma mistura de ficção e documentário. Entre os depoimentos reais há o de Eduardo Viveiros, um dos antropólogos mais importantes do país, que está bem interessante. Entre os falsos, Freud e Copérnico.

O ator Daniel Ortega dá um pequeno show no papel de macaco.

Para dar uma olhada, clique aqui: http://www.somos1so.com.br/categorias/cultura/


Billy, the fish, ainda é Billy, the sheriff
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Torero

Ah, Paulistão City…

Cidade bela e violenta, com suas ruas cobertas de areia e sangue, seu cheiro de esterco e de morte, seus saloons repletos de bêbados, bandoleiros, caubóis e duplas sertanejas.

Ontem foi o duelo final. A última e derradeira troca de tiros.

Os duelistas eram Tim Timão e Billy, the Fish, dois inimigos de longa data e pavio curto.

Era uma revanche. Há dois anos eles lutaram para ver quem seria o xerife de Paulistão City e Tim venceu, principalmente graças a dois belos tiros de sua garrucha Big Ronald.

Mas agora seria diferente. A velha garrucha já não funciona mais, e o Colt Neymar, que naquele tempo ainda não fora amaciado, já tem mais de sessenta marcas em seu cabo de madrepérola.

Quem ganhasse seria o xerife. E Billy começou melhor. Tanto que logo aos 16 minutos já acerta o peito de Tim.

Depois teve várias outras chances, mas as balas de Billy furavam o chapéu, arrancavam fios de cabelo ou paravam no colete JC de Tim Timão. Billy poderia ter acabado com seu rival na primeira parte do duelo. Mas não teve pontaria e isso poderia lhe custar caro.

Na segunda metade, Tim voltou bem melhor. É o tipo de caubói que jamais se entrega. O tipo de caubói que, mesmo ferido, sempre acha que pode vencer.

O duelo ficou equilibrado, com tiros sendo trocados de lado a lado. Mas, aos poucos, Tim foi ganhando espaço e encurralando Billy, the Fish. Este, porém, defendia-se bem. Colocou à sua frente uma mesa Durval e uma cadeira Arouca, de modo que as balas quase sempre paravam por ali.

Então, num contra ataque, saiu um tiro do colt Neymar. Não foi uma bala certeira nem forte. Talvez tivesse pouca pólvora. Mas acertou o colete JC de Tim Timão exatamente num ponto em que a costura estava mal feita. E aí não teve jeito. A bala entrou pelo buraco e acertou o coração do inimigo.

Parecia o fim. O golpe fatal.

Mas não era. Para Tim Timão, a esperança é a última que morre. Ele voltou a atacar e alvejou Billy.

Os últimos minutos foram tensos. Tim atacava, mas sem talento. Aliás, esta foi uma diferença decisiva entre os dois. Tim se esforçou e até equilibrou os duelos, mas faltou-lhe o talento que tinha nos tempos de Big Ronald.

Os segundos viraram minutos, os minutos, horas. O relógio movia-se mais lento que uma tartaruga manca, mais devagar que um funcionário público em véspera de feriado. Tudo se arrastava como numa ligação para reclamar do preço errado na fatura da NET.

Mas finalmente o judge apitou o fim do duelo. A esperança de Tim é a última que morre, mas morre.

Os fãs de Billy abraçavam-se e The Fish dava diros para o alto, comemorando sua segunda vitória seguida. A quarta em seis anos.

E, no final, batizados pelas gotas de chuva, todos cantavam uma canção que dizia que todos ali eram alvinegros do saloon Belmiro e que Billy morava em seu coração, que ele o motivo de todo seu riso, de suas lágrimas e emoção.

PS: Desenhos de André Bernardino.


Estréia hoje!
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Torero

Estréia (sim, com acento, que não gostei da reforma) hoje, na TV Cultura, uma séria chamada “Somos 1 só”. São oito programas de uma hora, sempre às terças, às 23h45.

Este que vos escreve participou dos oito roteiros. São uma mistura de documentário, ficção e animações. Modéstia bem à parte, acho que ficou bem bom.

O programa de hoje é “A espiritualidade e a sinuca”, com participações especiais de Deus e do Diabo. A direção é de Lírio Ferreira, que tem ótimos longas e documentários no currículo, como “Baile Perfumado” e “O homem que engarrafava nuvens”.