No confronto entre Dorival Júnior e Neymar, o Santos perdeu duas vezes.

            1-) Agora não tem mais um ótimo técnico, nem alguém para substituí-lo à altura (vide os problemas que o São Paulo está tendo para conseguir alguém).

            2-) E Neymar pode ficar isolado, considerado como um menino mimado, que conseguiu derrubar um técnico de sucesso. Seu valor de mercado cai e ele pode ser visto pelo grupo como desagregador, mimado.

            Ou seja, o time que era o maior sucesso do ano pode entrar em crise profunda.

            A meu ver, foram vários erros. Um de cada um dos três personagens.

            O primeiro, é claro, de Neymar, que não poderia ter xingado o técnico.

            Depois houve o de Dorival. A punição já havia sido dada (multa de 30% do salário), mas ele pediu uma segunda punição e conseguiu que Neymar não jogasse contra o Guarani. Com isso, a querela passou a ter ares pessoais, de vingança.

            E agora houve o erro da diretoria. Ela não deveria ter demitido o técnico, já que tinha ficado ao seu lado no passo anterior. Se lhe deu o poder de punir Neymar, como pode tirá-lo agora? E que novo técnico terá algum poder sobre o jogador? Que novo técnico poderá impedir que ele bata todos os pênaltis, escanteios ou laterais? A direção agiu como um pai que fica do lado da criança ao invés de apoiar a mãe (é claro que, se a volta de Neymar contra o Corinthians havia sido acordada entre técnico e direção, houve aqui um novo erro de Dorival, que se sobrepôs ao comando do clube).

            Enfim, foi uma briga em que os três saíram perdendo. Três, não. Milhões, pois, no final das contas, os torcedores é que perdem mais.