Blog do Torero

Categoria : Futebol

Sete perguntas de leitores para Arlindo Chinaglia
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Torero

Caro deputado Arlindo Chinaglia,

agradeço pela resposta à carta aberta publicada neste blog, aliás muito bem escrita e com bom humor.

Curiosamente, a carta e sua resposta tiveram mais leitura e comentários do que a maioria dos textos sobre futebol, mesmo estando nós na reta final do Campeonato Brasileiro.

Creio que o assunto interessou tanto aos leitores porque a Copa é uma poderosa metáfora de um novo e possível Brasil, uma chance de mudar a idéia que temos de nós mesmos. A Copa poderá dizer se somos ainda um país pouco sério, onde o importante é levar vantagem em tudo, ou estamos conseguindo evoluir em consciência pública, honestidade, etc…

Pois bem, como muitos leitores queriam mais explicações sobre a Copa, benefícios fiscais, transparência e fiscalização, pedi que eles formulassem suas dúvidas sobre o assunto. Chegaram centenas de perguntas. Selecionei sete, o número da camisa de Garrincha. 

Vou publicá-las logo abaixo e enviá-las ao seu email, a fim de continuar este diálogo internético-missivista sobre um assunto que tanto interessa aos brasileiros. 

1-) Há algum dado que demonstre que Copa do Mundo realmente traz benefícios? 

2-) Prestação de contas depois da Copa não é pouco? Ela não seria mais útil se acontecesse durante a preparação para a competição? A Câmara tem algum movimento neste sentido? Haverá uma comissão especial para fiscalizar as obras e gastos públicos com a Copa? 

3-) Nos últimos 16 anos, as medidas provisórias se tornaram uma rotina. E quase nunca encontram objeção. Se a Câmara tem papel de fiscalizar o poder executivo, por que há receio de derrubar uma Medida Provisória? Isso não conflita até a necessidade de ter um Congresso? 

4-) O documento da Fifa que propõe que a importação seja livre, ou seja, que pede perdão fiscal e, em última instância, dinheiro público, está disponível para a população?

5-) Provavelmente o Ministério do Esporte fez um estudo a respeito dos ganhos e custos com a Copa, como empregos gerados, aumento de receitas, ganhos com turismo, custo das obras, renúncia fiscal, etc. E provavelmente a Câmara fiscalizou isso, com um segundo estudo, independente. Poderíamos ter acesso a um link, cópia ou algo assim? 

6-) Qual a lógica de tratar de renúncias de arrecadação em um momento em que já se discute, no período pós-eleitoral, alternativas para financiar as reais carências do Brasil (leia-se boatos sobre o retorno da CPMF)? 

7-) Se há meios de se melhorar a infraestrutura para a Copa, é sinal de que há condição de se fazer isso sem a Copa. Por que tivemos que esperar por ela?

No aguardo de suas respostas, José Roberto Torero e leitores.


Vencedores da toreroteca
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Torero

Depois de acuradas análises e científicos unidunitês, cheguei aos vencedores da toreroteca.

Antes de revelar os gloriosos premiados, digo-vos que foram muitas as boas idéias, e quem não leu as propostas dos leitores pode ir até lá e rir um bocado.

Bem, na categoria não-finalista, o livro (A Década de Ouro) vai para Carlos Eduardo Souza, com seu Corinthians Beneficiation Football. Ele foi o que mais teve votos dos próprios leitores do blog e, como a voz do internauta é a voz de Deus, não sou eu quem vai desprezá-la.

Na categoria originalidade (que lembra concurso de fantasia de carnaval), o livro (Dos sonhos e seus efeitos colaterais) vai para as mãos de Paulo Souza, que escreveu todo seu email com palavras começadas com “c”, “b” e “f”, nesta ordem, o que não é nada fácil. Depois outros fizeram o mesmo, mas o email dele foi o primeiro e mais longo.

Por fim, na categoria finalistas, tivemos uma disputa ótima. Átila (“Copa no Brasil é Furada”) e José Mendes (“Cartolas Bem Felizes”), por exemplo, conseguiram boas tiradas, mas o prêmio vai para aquele que se assina Alan – Palmeiras.

Alan mandou nada menos do que 60 sugestões (sim, contei uma por uma). Como se isso não bastasse, ele ainda torce para o Palmeiras. E os palmeirenses hoje merecem carinho, solidariedade e piadas.

Alan fica com os “Escudos do times do mundo inteiro”.

Mandem vossos endereços.


Pacaembuazo!
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Torero

Texto de Al-Chaer

Porque é Futebol, nem sempre o melhor vence.

Porque é Futebol, não se vence antes da partida.

Porque é Futebol, chamadas de TV não ganham jogo.

Porque é Futebol, “replay” não altera resultado.

De um lado, meu Goiás, após o vexame (anunciado) do rebaixamento para a Série B, jogando lá no Pacaembu, na partida de volta da semifinal da Sulamericana, com o placar em desvantagem: um jogo que começava 0 a 0, mas que já estava 1 a 0 para o Palmeiras (resultado do jogo de ida, no Serra Dourada).

De outro lado, o Palmeiras, que “priorizou” a Copa Sulamericana, junto a 40 mil torcedores. Do “vitorioso” Felipão. FA-VO-RI-TO. Um simples empate lhe daria a classificação à Final.

Favorito até nas chamadas da TV Globo. Só faltou a TV Globo decretar W.O. favorável ao Palmeiras. Nas chamadas, parecia que somente o Palmeiras jogaria, parecia que somente o time do Palmeiras estaria em campo, parecia que não haveria um adversário em campo, para enfrentar o Palmeiras.

Uma boa comparação do que foi a partida de volta da semifinal da Sulamericana pode ser feita com uma luta de boxe. De um lado, o “Campeão”, de outro, um mero “sparring”.

O “Campeão” começou batendo, mostrando sua força. E não diminuía o ritmo. Acuava o “sparring” junto às cordas e este se defendia. Só defendia. Tudo caminhava para a felicidade do narrador: o nocaute do “sparring” estava próximo.

Quando o Palmeiras abriu o marcador, o que seria 2 a 0 no placar agregado, aí que tudo ficou “do jeito que eles queriam”, com a possibilidade de o Palmeiras “favorito” enfiar uma goleada sobre um Goiás “fraco e sem chances”.

Mas, sabem aquela do “queixo-de-vidro”? Pois é, tem isto em luta de boxe.

No primeiro tempo, o Goiás – que só tinha dado um chute a gol (Rafael Moura chutou de fora da área, no travessão) -, empatou após cobrança de falta de Marcelo Costa, que também bateu no travessão, com Rafael Tolói recolocando a bola na área, desvio de cabeça de Rafael Moura, que Carlos Alberto concluiu para dentro. Era o final do primeiro tempo, que terminava empatado (aliás, 2 a 1 para o Palmeiras, no placar agregado).

Veio o segundo tempo. Arthur Neto “leu o jogo”: colocou o atacante Felipe no lugar do lateral Douglas. Básico. Mas inteligente: o lateral Douglas era a única peça da defesa do Goiás que não correspondia; até o tal do Wellington Saci jogava melhor que o Douglas! Carlos Alberto foi deslocado para a lateral direita e o Goiás partiu para cima, com um atacante a mais.

O que se viu foi o “Campeão” tonto, após o soco no queixo (de vidro!) e o “sparring” tomando controle da “luta”, gostando de bater e se defendendo com eficiência.

Só deu GOIÁS no segundo tempo. E era uma questão de tempo o segundo gol do Goiás. Ernando fez de cabeça aos 37 minutos do segundo tempo. E o “campeão” (do “queixo-de-vidro”) dobrou os joelhos.

E um Pacaembu ficou mudo.

Antes da partida, quase deram W.O. favorável ao Palmeiras.

No final, deu G.O. (Game Over para as chamadas da TV Globo).

Porque é Futebol.

E no Futebol, depois do jogo, o favorito é o placar.

Caríssima Leitorcedora Esmeraldina, caríssimo Leitorcedor Esmeraldino, que vitória, hein?!

Que orgulho !!!
AL-Braço
AL-©haer

http://futeb-al-chaer.blogspot.com/2010/11/p-c-e-m-b-u-z-o-porque-e-futebol.html


A tristeza do primeiro gol perdido
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Torero

(Hoje, no Velharias, um texto que nem sei por que escrevi)

Velhos amigos, Barba e Cabelo se encontram todo sábado à tarde, pontualmente às 17h, em sua mesa de sempre no Bar Rigão.

Barba trabalha numa fábrica de amortecedores, Cabelo é advogado. Barba tinha esse apelido porque quando tinha 20 anos tinha uma espessa barba. Cabelo, porque aos 20 tinha cabelos compridíssimos.

Agora os dois têm 40. Barba não têm mais barba, e Cabelo não têm mais cabelo. Mas Cabelo tem barba, e Barba, cabelo.

Barba chegou primeiro. Doze segundos depois, chegou Cabelo. Estavam ambos cabisbaixos, com grandes olheiras. Cumprimentaram o garçom com um rápido aceno de cabeça. Barba pediu:

“Um rabo-de-galo, Durval. Hoje eu quero encher a cara!”

“Pra mim também. E duplo!”

Barba e Cabelo olharam-se meio desconfiados, assustados com a coincidência. Barba, para quebrar o gelo, iniciou uma conversa. “É, meu amigo, aconteceu-me um desastre!”

“Empatou! Para mim, também aconteceu um desastre. Aliás, desastre não. Catástrofe!”, respondeu o exagerado Cabelo.

“Não fiz, cara! Eu, Barba, não fiz! Pensava que isso nunca fosse acontecer comigo…”

Cabelo arregalou os olhos e teve que disfarçar um engasgo com o primeiro gole da bebida. “Contigo também? Que coincidência…”

“Ontem à noite, velho.”

“Pode um negócio desses?! Foi ontem à noite comigo também!”, exclamou Cabelo em voz alta.

“Falhou?”, perguntou Barba.

“Falhei…”, respondeu Cabelo.

“Não conseguiu?”, perguntou Barba. “Não…”, respondeu Cabelo cabisbaixo. Durval, sem que os dois precisassem pedir, trouxe mais dois rabos-de-galo.

“É duro!”, comentou Barba.

“Antes fosse…”, rebateu Cabelo.

“Eu não entendo! Não podia acontecer!”, disse Barba, com voz de choro. “Ela estava ali, parada, me esperando!… Eu vim firme, dei aquele impulso e fui com tudo! Sei lá, faltou concentração.”

“Oh, meu Deus, nem fala!”, emendou o amigo, já com os olhos mareados. “Dá um desconsolo na gente que não é fácil. Eu nem peguei no sono depois.”

“Eu nunca tinha falhado, Cabelo, nunca.” “Nem eu. Foi minha primeira vez. Quase chorei.”

“Cara, eu fiz tudo como manda o figurino. Fui lá, olhei para ela, ajeitei com carinho…”

“Elas gostam dessas frescuras, Barba. Tem que fazer.”

“Pois eu não fiz, Cabelo? Tudo do jeito de sempre! Aí, concentrei-me, fui com tudo e mandei bala. Mas…”

“Eu sei o que é isso, eu sei… Eu também nunca tive problemas, mas na hora H as pernas bambearam, deu uma tremedeira, e lá se foi. Pfiu. Eu não me conformo, eu não me conformo!”

Os copos já estavam vazios. Após um breve silêncio, Cabelo deu um profundo suspiro e continuou: “É, meu velho, o tempo chega para todo mundo…”

“Acaba a pontaria…”

“A força…”

“A impulsão…”

“A capacidade de recuperação…”

“O fôlego…”

“O poder de penetração…”

“É…, futebol é fogo, Cabelo.”

“Peraí, Barba! Futebol?”

“É. Tô falando do pênalti que perdi ontem na final do campeonato da fábrica. Primeira vez!”

“Ah!…, pênalti, é?”

“Claro! Do que você pensou que eu estava falando?”

“Deixa pra lá, Barba…”

Durval, sem ninguém pedir, trouxe mais dois rabos-de-galo.


Piada para irritar corintianos
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Torero

Paul McCartney caiu durante o show no Morumbi e não aconteceu nada.

Se fosse no Pacaembu, era pênalti para o Corinthians.


Vencedores da toreroteca
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Torero

Ninguém acertou o 4 a 1 do Fluminense, pois ninguém adivinharia que o São Paulo seria tão generoso. Mas houve cinco sujeitos que acertaram os outros dois resultados:

Alan – Palmeiras
Átila Oliveira
Rafael Marvue Garcia Mihi
Elson
Júnior Ubatuba

Já os informei por email.

Para desempatar, peço que digam qual o significado da sigla CBF.  Obviamente não será aceita a resposta “Confederação Brasileira de Futebol”.

Quem quiser participar só pelo esporte, fique à vontade.

O prazo é até as 18h00 de amanhã.


Links, livro, filmes
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Torero

1-) Eu e Paul Mcartney pedalamos juntos no Parque do Povo por uns 40 minutos. Não contei esta história aqui porque não tem nada a ver com futebol, mas a senhorita que estava comigo contou tudo neste blog:  http://quebrandoosalto.zip.net/

2-) Estão na moda as projeções sobre construções. Coloco aqui o link de duas. A primeira, mais espetacular, é feita sobre um prédio clássico. A segunda, que tem um final surpreendente, é sobre o Crusto Redentor.

a-) http://sorisomail.com/email/74120/mais-uma-projecao-3d-sensacional.html

b-) http://www.youtube.com/watch?v=2STmHsZiUr4&feature=player_embedded

 

3-) José e Pilar: Pensei que veria um filme meio chato, só para fãs do escritor. Qual o quê! É um bom filme, com bela foto, montagem ágil, diálogos brilhantes e assuntos que vão muito além da vida de um escritor, como amor e morte (talvez os dois únicos assuntos que existam). É um daqueles raros filmes que você torce para que durem mais.

4-) Aqui, uma animação graciosa sobre a morte:

http://www.youtube.com/watch?v=HmOrWzblBPs

5-) Solar: É muito bom o novo livro de Ian McEwan. É a primeira coisa que leio dele, então não posso fazer comparações com obras anteriores. Mas até acho isso bom. Um livro deve ser julgado por si mesmo, não pelo conjunto da obra do escritor. E Solar é bom. Tem um personagem principal (um gordo prêmio Nobel de física, pouco nobre e um tanto libidinoso) bem construído, uma trama com surpresas e revelações interessantes sobre como funciona o mundo acadêmico. Sem falar que a capa da Cia. das Letras, com uma textura diferente e um ideia que rima com o título, é brilhante. Um livro que vale a pena.

 

6-) Aqui os links são sobre o Mundialito acontecido no Uruguai, se não me engano, em 1981. Pelo trailer, parece ser um bom filme. E o site é interessante:

a-) http://www.mundialitolapelicula.com/  

b-) http://www.youtube.com/watch?v=3J0h7SRtKqA&feature=player_embedded#at=23


As poças salgadas e vermelhas de Brasileirão City
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Torero

 
(ilustrações: André Bernardino)

Brasileirão City é uma cidade cruel. Uma cidade onde há poças vermelhas e salgadas. Vermelhas pelo sangue e salgada pelas lágrimas.

Dos vinte caubóis do cartaz acima, três ainda lutam para ver quem será o novo xerife. E dois já foram mandados para Série B Village.

O primeiro foi o jovem Bradd Prudent. O segundo foi John Esmeraldine, o tradicional John Esmeraldine. Ele estava há onze anos em Brasileirão City. Onze anos seguidos. E agora terá que voltar aos campos descampados e à grama desgramada de Série B Village.

O duelo que decidiu sua queda foi contra Billy, the Fish.

Billy empunha sua arma mortal, a Colt Neymar

Poucos fãs do caubói esverdeado foram até o Golden Sierra Saloon para assistir a esta derrota sombria. Aliás, sombria mesmo, pois até luz faltou.

Ironicamente, Esmeraldine começou lutando bem e logo acertou um balaço em Billy. Mas o caubói que cavalga nas areias da praia ergueu-se e equilibrou o duelo, conseguindo um empate.

Na segunda parte da lide, o Colt Neymar mostrou por que é a arma mais cobiçada da cidade. Dali saíram três balas perfeitas, a última fazendo uma linda parábola, um tiro em curva de rara beleza. Colt Neymar estava cheio de graça, e isso foi a desgraça para John Esmeraldine.

Outro duelo importante foi entre Will Uai x Joaquim Wayne.

Joaquim Wayne levou um tiro no coração logo no início do duelo.

Desde que encontrou um novo saloon para seus duelos, Will melhorou muito. E ontem não foi diferente. Na Alligator Arena, ele logo foi para cima de Joaquim Wayne e acertou-lhe três tiros, os três pelo lado direito do adversário.

Joaquim até tentou reagir, mas só conseguiu uma bala certeira.

Depois os dois pararam para tomar um uísque e ficaram por isso mesmo. A vitória estava bom para um. Não ser goleado estava bom para outro.

Will Uai venceu, mas ainda terá que contar com a sorte.

Louis Laranjeira, o caubói que usa cartola, precisava vencer Jack tricolor. E venceu.

Mas não foi fácil.

Até parecia que seria, pois na primeira metade do duelo ele já vencia por um tiro a zero, bala disparada pela Gun Gum.

Porém, depois do intervalo, Louis deu um tiro no próprio pé, de novo com a Gun Gum, empatando a luta.

A Gum Gun de Louis é um perigo para os dois lados.

Então Louis Laranjeira começou a errar tiros à queima-roupa, o que o deixou nervoso. Mas mais nervoso ainda estava Jack Tricolor, tanto que perdeu duas de suas armas. Tsc, tsc…

Aí ficou fácil para Louis, que furou três vezes o colete Ceni de Jack Tricolor.

Jack perdeu para a alegria de seus fãs.

O estranho foi que os fãs dos dois caubóis vibraram com os gols. Brasileirão City tem mistérios insondáveis para quem não conhece seus becos.

Por fim, o último duelo foi entre Tim Timão e a bela Victoria Salvador. Tim era o líder, e, se vencesse, estaria com uma mão na estrela de xerife.

Mas logo no começo viu-se que não seria uma parada fácil.

A luta estava equilibrada. E quem vence uma luta equilibrada é quem tem a arma que desequilibra. No caso, Ronaldo, a garrucha dourada. Quando ela aparece, os inimigos tremem de medo e ficam cegos por seu reflexo.

E foi graças à velha e grande arma que Tim Timão acertou a bela Victoria.

Depois do tiro, o caubói alvinegro continuou dominando. Parecia que uma segunda bala logo ficaria entre os belos seios de Victoria. Mas aí aconteceu o que os fãs de Tim mais temiam: a garrucha dourada travou.

Com sua garrucha Ronaldo, Tim é invencível em Brasileirão City. Sem ela…

Sem ela, Tim Timão torna-se um caubói como os outros.

E logo Victoria teve a chance de empatar, em mais um lance polêmico, coisa que não falta na vida de Tim.

Victoria não desperdiçou e empatou a luta.

Victoria Salvador safou-se mas não salvou-se.

Depois, os dois tiveram chances, a cauguel até teve mais, porém nada aconteceu.

Foi um duelo onde ninguém perdeu e os dois saíram derrotados.

Agora, falta pouco para saber quem será o novo xerife da cidade. O sol já começa a se pôr, e se reflete ainda mais vermelho nas salgadas poças de Brasileirão City.


Resposta de Arlindo Chinaglia
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Torero

(Publico abaixo a resposta de Arlindo Chinaglia à carta aberta feita por este blog. Se os leitores tiverem dúvidas, mandem-nas que vou organizá-las e enviar ao deputado para a continuidade desta conversa)

Caro José Roberto Torero

Muito obrigado pela atenção e gentileza em sua carta aberta.

Com a habilidade habitual e usando da ironia (perdoe a obviedade), você questiona as isenções fiscais dadas às empreiteiras para a realização da Copa do Mundo, pela negativa afirma que máquinas importadas com isenção fiscal serão utilizadas depois da Copa, menciona as opinões e vantagens financeiras que terá o presidente da CBF e também presidente do Comitê Organizador Local (Ricardo Teixeira) segundo reportagem do jornal “Lance!”, insinua, e para os maliciosos afirma, que essa lei (decorrente da medida provisória 497) é fruto do financiamento de campanha de 285 em 513 deputados federais.

Agora, como resposta:

O culto jornalista sabe que uma Medida Provisória quando assinada pelo Presidente da República e enviada ao Congresso Nacional entra em vigor imediatamente.

Portanto, o texto não foi elaborado pelos Deputados.

A segunda observação é que o Brasil assinou e assumiu compromissos com a FIFA para a realização da Copa em nosso país. Entre outros, o de benefícios fiscais para empreiteiras.

Algum malicioso poderá duvidar, mas sem autoridade para tanto, que questionamos (apoiado por assessores da Câmara dos Deputados) a Receita Federal, o Ministério dos Esportes, entre outros, em várias reuniões a necessidade e a conveniência de vários benefícios fiscais.

O cenário apresentado a mim durante sucessivas reuniões foi o seguinte: a rejeição de tais benefícios significaria a não realização da Copa do Mundo no Brasil. Aliás, esta resposta foi dada também por Ricardo Teixeira numa audiência pública na Câmara dos Deputados.

Ou seja, o conteúdo da Medida Provisória, os compromissos assumidos e as justificativas apresentadas são do Poder Executivo, que tem autoridade política e legal para tanto.

Isso não significa eximir a Câmara dos Deputados de responsabilidade. E, como parte do trabalho que buscamos realizar, solicitamos informações das vantagens fiscais que foram dadas na Alemanha e na África. Não conseguimos. O intuito era poder comparar, mesmo sabendo que são realidades diferentes. Informo que durante a leitura do meu relatório disse que há uma dúvida para muita gente e para mim também: sem pensar na festa, qual o preço para realizar a Copa em nosso país quando se trata de renúncia fiscal? Quanto o Brasil vai arrecadar de impostos com a realização? Quantos empregos serão gerados?

Então, por minha iniciativa, e aprovado pela Câmara dos Deputados, introduzi um parágrafo que obriga o Poder Executivo a enviar ao Congresso Nacional e divulgar para toda a sociedade a prestação de contas da Copa das Confederações – FIFA 2013 e da Copa do Mundo – FIFA 2014, informando a renúncia fiscal total, o aumento da arrecadação (que se supõe haver), o custo total das obras relativas aos estádios, a geração de empregos e o número de estrangeiros que ingressaram no país. Esta foi uma das duas únicas mudanças que promovi.

A outra foi incorporar o PL 7422/2010, a pedido do ministério do Esporte, que contemplava o restante das ações que as equipes técnicas do Poder Executivo entendiam como necessárias para atender integralmente os mencionados compromissos do Brasil com a FIFA.

Outras alterações foram propostas e aprovadas pelo plenário da Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados deveria romper os compromissos que o Brasil, através, do Poder Executivo, havia assumido, e em parte já em vigência?

Ou seja, assumir a responsabilidade de que a Copa do Mundo não seria realizada no Brasil?

É bom considerar também que não fui procurado por ninguém com esta proposta, e não percebo mobilização para que isso ocorra.

Finalizo observando que a carta aberta poderia ter sido enviada há alguns meses, a diferença é que eu não seria o destinatário. Mas prestarei contas com prazer do nosso trabalho.

Arlindo Chinaglia

P.S. Caro José Roberto, o seu notebook pode ser adquirido sem incidência de PIS e COFINS desde a criação do Programa de Inclusão Digital, em 2005.